terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz Natal


Santo Natal !

Eis a festa feliz, dia de Natal, os corações se alegram com o nascimento do menino Deus, pois eis que a promessa foi cumprida. Na fragilidade de um menino, que tinha como luz as estrelas, como berço o lugar onde comia os animais que em sua irracionalidade presenciavam aquele milagre. Na Encarnação do Verbo o tempo de Deus toca o nosso tempo; na pequenez  de uma menino Deus abraça todos os homens, formatando assim um novo conceito de grandeza : ser pequeno. 

A Virgem Maria e São José ainda hoje perguntam “tem lugar pra Jesus em seu coração?”; temo não poder responder sim, pois como tão bem disse Bento XVI em sua homilia da vigília de Natal : “estamos cheios de nos mesmo”. Os pastores ao verem tamanha beleza, criaram como que asas para também com os anjos cantar “Gloria a Deus!”. 

O Todo Poderoso se vestiu de humanidade e pede que façamos hoje uma manjedoura em nossa vida. Lugar onde possamos acolher o Pequeno-Grande , mesmo perante nossa limitação, o menino Jesus deseja morar em nós, acampar, pois tão somente por amor ele se fez tão pequenino.

A beleza deste Evangelho não cessa de tocar o nosso coração: uma beleza que é esplendor da verdade. Não cessa de nos comover o fato de Deus Se ter feito menino, para que nós pudéssemos amá-Lo, para que ousássemos amá-Lo, e, como menino, Se coloca confiadamente em nossas mãos. Como se dissesse: Sei que o meu esplendor te assusta, que à vista da minha grandeza procuras impor-te a ti mesmo. Por isso venho a ti como menino, para que Me possas acolher e amar.”
(SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR, HOMILIA DO SANTO PADRE BENTO XVI ). 


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Oração e autoconhecimento.


 Oração e autoconhecimento.

 Graça e paz da parte de Cristo!
“Adorar-te e encontrar-te em Teu altar é encontrar-me a mim a verdade que sou. Contemplar o Teu olhar no meu pobre olhar e entender que nada sou diante de Ti” (Adoramos o Verbo-Toca de Assis). O Senhor deseja dos homens o encontro do altar d’Ele com o altar dos nossos corações, o que deixa claro que a verdadeira oração passa pelo conhecimento de Deus por meio do autoconhecimento do homem, um rasgar do véu que me revela como sou diante de Deus.

O autoconhecimento leva o homem a penetrar em sua história e reconhecer nela as marcas do divino. É preciso quebrar as falsas imagens formadas sobre mim e conhecer a plena imagem que Deus tem sobre mim, e isso eu consigo através do autoconhecimento, numa reconciliação com o meu “EU”.
Na via do crescimento espiritual o Senhor nos coloca face a face com nossas deformidades e fraquezas, e quando continuamos neste caminho  percebemos que na verdade o Senhor deseja que encontremos na fraqueza a capacidade de lutar por nossa santidade. Não posso na oração fugir de mim mesmo, ao contrário a oração deve ser de encontro com minha humanidade, não temer os pensamentos que vêm, e sim iluminar eles com a luz da busca de Deus.

Como chegar em Deus se ainda não entrei em mim, isso seria pular etapas no caminho espiritual; Deus mora no centro da alma e para lá chegar é preciso muito se aranhar com as próprias realidades afetivas e morais que superficialmente entendemos. Para amar é preciso muitas vezes se ferir, ferida que encontra cura no afogar em mim mesmo.

É primordial para o homem espiritual dirigir o olhar para os pensamentos. E com muita fome vou vorazmente comendo os frutos do passado, e digerindo no presente o conhecimento sobre mim para no futuro conseguir plantar Deus na minha historia e na historia do outro.

Salve Maria Imaculada!

Thiago Farias 

domingo, 15 de abril de 2012

Vida Fraterna

Autor: Emanoel Ferreira

A vida religiosa trás como principal elemento a vida fraterna. Esse modo de viver valoriza o sujeito na sai singularidade, bem como desenvolve a qualidade nas relações afetivas é o que o autor chama de: Habitação com comunhão e outro ponto importante que preza na vida fraterna é a participação ativa nos processos decisórios.

            Sendo a comunidade elemento essencial na vida religiosa, ela desenvolve alguns aspectos da vida comunitária como: Trabalha no sentido de superar as deficiências de sociabilidade, nos revela o conhecimento da nossa própria identidade e contribui na construção da nossa personalidade. A comunidade religiosa também é reflexo da comunidade divina, assim, como nos ajuda a compartilhar com os outros os que somos e o que não somos.

            Faz necessário ressaltar que um dos elementos essenciais da vida fraterna é o “amor”. Esse nos coloca em uma dinâmica de vida capaz de superar as divergências e os conflitos, nos fazendo ver o outro como o mais digno de estima e que nos coloca um serviço do outro.

            A vida religiosa nessa perspectiva passa a se tornar no mundo testemunho de fé. A comunhão fraterna é evangelização.

            Assim sendo a vida fraterna contribui na formação humana, transformando-nos em pessoas educadas, que sabem viver e conviver.

            A pessoa que escolhe viver esse estilo de vida tem nas razões, ou melhor, razões do coração. Justifica-se, pois a necessidade básica de todo ser humano é de dar e receber afeto, ou seja, de encontrar um ambiente favorável as relações afetivas. Nesse sentido a felicidade ou infelicidade do religioso depende em parte expressiva daquela rede de contatos e relações afetivas chamando clima ou ambiente comunitário. Para tanto o segredo de muitos religiosos felizes é por que encontra no amor um verdadeiro refúgio.

            Desse modo refugiados no amor deixam resplandecer a satisfação pela a escolha; a alegria de viver que será o alimento para a substância. Nessa ótica é muito importante cultivar a alegria na comunidade religiosa.

            A vida comunitária, portanto, tem sua relevância e seus valores como: A alegria, o otimismo, a tolerância compreensiva, a brandura, a sociabilidade dentre outros. Ajudando-nos a ver as situações com olhos menos dramáticos, mesmo as mais críticas.   



domingo, 4 de março de 2012

Quaresma : tempo de recomeçar


“É necessário ao cristão perceber que o valor das suas boas obras, jejuns, esmolas, penitências etc. Não se funda tanto na quantidade e qualidade, mas na intensidade do amor de Deus com que as pratica” (São João da Cruz)


Com a quarta-feira de cinzas se tem início um belo tempo na Igreja, a quaresma. Tempo que faz memória aos 40 dias no deserto, nos convidando assim a uma conversão diária. Reconhece que sou pó, buscar uma sincera reconciliação com Deus. “Eis o tempo favorável, eis o dia da salvação” (2 cor 6,2).

Certas práticas ajudam a consolidar esta busca de conversão: jejum, esmola e oração. Formando o tripé que junto com a fé faz a cela onde esperamos ansiosamente o Senhor.  Tais práticas têm raízes evangélicas de forma especial em Mt 6,1-6.16-18, onde é exaltada  humildade em fazê-las.

Jejum: são variadas as formas de jejum, mas é preciso ficar claro que ele não pode atingir a saúde, dom de Deus, cada um sabe o jejum adequado. Além do jejum de alimentos existe outros tipos de jejuns, o da língua é um exemplo clássico muito usado, deixar aquilo que traz prazer (chocolate, coca-cola e etc). A negação do ‘“eu” é também um grande jejum, que me ajuda na busca de Deus. Jejuar murmurações, críticas amargas, conversas vãs e até mesmo aceitar desolações. Quando não encontramos consolação em Deus, vivendo período de aridez, passamos por jejum onde Deus é que dá o ponto de partida, pois de certo modo Deus me abstém para melhor eu crescer espiritualmente.

Oração: A humilde oração rezada com uma piedade reta é o sustento na vivência da quaresma, saber usar a valiosa intercessão. “Senhor eu creio, adoro, espero e vos amo e Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam”. Numa união espiritual aos pecadores. Na oração rasgo meu coração diante de Deus, ilumina o que em mim precisa ser convertido, tendo força para recomeçar na certeza do amor.

Esmola: A esmola ultrapassa o sentido financeiro e toca o desprendimento. É esmola o ato de ouvir atenta a partilha do irmão; é esmola o aconselhamento por meio de consoladoras palavras; é esmola o ver, compreender e aceitar meu próximo. O Desapego do supérfluo me conduz para uma oferta total da minha própria vida, tal como a viúva (Mc 12, 42). Por fim a solidariedade e a caridade revestem a esmola de plenitude.